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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Mais um racha no PT nacional: uma nova tendência?

Valmir Assunção e Marcelino Galo
teiadenoticias.com.br

Dizendo defender o governo Dilma e tendo em suas bandeiras o aprofundamento das reformas iniciadas nos dois mandatos de Lula, a vertente que surge pretende-se de esquerda, popular e socialista. Difícil convencer. Mais, muito mais do mesmo. Um museu de novidades. Tire suas próprias conclusões.
“Agora, agora é pra valer, Esquerda Popular Socialista do PT”. Com esse grito de ordem encerrou-se no domingo, 4 de dezembro, na Escola Nacional Florestan Fernandes, do MST, o Congresso Nacional de Fundação da Esquerda Popular e Socialista, uma suposta nova tendência nacional do Partido dos Trabalhadores. A tendência está organizada em 18 Estados brasileiros, e se diz vinculada com os movimentos sociais. A  abertura do Congresso Nacional de Fundação da Esquerda Popular e Socialista aconteceu no dia 2, na sede do PT Nacional, em São Paulo, e contou com a presença de lideranças de outras tendências petistas e de movimentos sociais brasileiros. Nos dois dias seguintes, as atividades ficaram concentradas na Escola Florestan Fernandes.
Dizendo-se socialista e afirmando-se referenciada no marxismo, a EPS aglutina correntes nacionais e regionais à esquerda do partido, e tem como compromisso disputar os rumos do PT para que ele se estabeleça como um partido capaz de aprofundar e radicalizar a disputa pela reformas estruturais na perspectiva democrática e popular, defendendo o governo Dilma e aprofundando as reformas iniciadas nos dois mandatos de Lula.
Segundo Angélica Fernandes, da direção nacional do diretório estadual do PT-SP, a EPS incorpora pautas como o feminismo, a igualdade racial e o combate à homofobia como temas centrais junto à exploração de classe.
Para Renata Rossi, do Diretório Nacional do PT e da direção nacional da nova tendência, “os desafios são construir uma política partidária que tenha como elemento central o diálogo com os movimentos sociais e constituir uma política que aponte o socialismo como horizonte estratégico, reafirmando a centralidade da luta dos trabalhadores e das trabalhadoras, que consiga converter nossa força social em força partidária e que aponte o papel da institucionalidade como instrumento capaz de aprofundar a construção de uma sociedade mais justa, sem exploração e opressão de gênero e racial”.

Movimentos sociais

João Paulo, dirigente do MST, afirmou que o movimento terá uma relação prioritária com a Esquerda Popular e Socialista e, num gesto de aproximação, entregou oficialmente uma bandeira do MST à nova tendência. Presente na abertura do congresso, o deputado federal e líder da bancada do PT na Câmara, Paulo Teixeira, da corrente Garantia de Luta, disse concordar com os dez pontos programáticos apresentados pela tendência. Para Teixeira, “a articulação entre a luta partidária e os movimentos sociais é um ponto extremamente importante para o PT.” O também deputado federal Arlindo Chinaglia, do Movimento PT, saudou a disposição da criação da nova corrente num momento em que, segundo o deputado, “a maioria está aderindo ao campo majoritário”. Arlindo ressaltou que a luta dos integrantes da nova tendência será árdua, mas necessária e importante.
Também presente na abertura do Congresso, Ricardo Gebrin, da Consulta Popular, afirmou ver com bons olhos o movimento da nova tendência que retoma os conceitos do Encontro do PT de 1987 e remonta o debate do programa democrático e popular. Gebrin afirmou que a Consulta Popular irá trabalhar junto com a nova tendência, respeitando a autonomia de cada um.

Desafios do PT

Na mesa sobre os desafios de organização do PT, as eleições municipais de 2012 foram apontadas como uma das importantes tarefas da nova tendência que tem como prioridade ampliar a representação nos espaços institucionais. O deputado federal pela Bahia, Valmir Assunção, avaliou ser possível a eleição de muitos vereadores e prefeitos em todo o Brasil vinculados à EPS. Para ele, uma das preocupações centrais é equacionar o fato de o PT estar cada vez mais na institucionalidade, sem deixar de fortalecer os movimentos sociais e o projeto socialista. “O acúmulo que temos nos parlamentos, executivos, movimentos e militância torna possível elegermos um bom número de vereadores e prefeitos, para que eles possam levar as experiências do PT para mudar a vida e a cultura do povo”, analisa Valmir Assunção.

Direção e calendário

O Congresso de Fundação da Esquerda Popular e Socialista encerrou-se no domingo, 4 de dezembro, com a aprovação do nome da tendência, do regimento interno e com a eleição da direção que coordenará os trabalhos no próximo período.
A direção nacional da Esquerda Popular e Socialista foi composta paritariamente por 34 mulheres e homens e conta com mais de 20% de jovens e de negros e negras. Na direção executiva nacional estão Renata Rossi, Angélica Fernandes, Julia Feitosa, Luciana Mandeli e Mauro Rubem, Ivan Alex, Shakespeare Martins e Valmir Assunção.
A EPS pretende ser uma tendência que:
1. Dispute decisivamente os rumos do PT;
2. Estabeleça relações orgânicas com os movimentos sociais, do campo e da cidade, priorizando sua atuação nas lutas de massa;
3. Tenha o socialismo como objetivo estratégico;
4. Tenha o feminismo e o combate ao racismo como princípios fundantes;
5. Convoque o movimento sindical e popular, os militantes da CUT, o conjunto dos lutadores sociais para se incorporar ao PT e a disputa dos seus rumos;
6. Priorize os diversos movimentos e pautas da juventude, os direitos humanos, a defesa da laicidade do Estado, o combate à intolerância religiosa, a luta contra a homofobia, a defesa dos povos indígenas e comunidades tradicionais, a luta anti-proibicionista, a luta pela democratização dos meios de comunicação e pelo direito à cultura;
7. Reivindique centralidade para a reforma urbana, para a luta ambiental e por um novo modelo de desenvolvimento, baseado na sustentabilidade;
8. Defenda a reforma agrária, agricultura familiar, a demarcação das terras indígenas, o reconhecimento das terras quilombolas e dos atingidos por barragens;
9. Busque uma atuação institucional que promova esses objetivos estratégicos, fortalecendo o governo Dilma, na perspectiva de aprofundamento das conquistas sociais do povo brasileiro;
10. Priorize o debate e formação política permanente da sua militância.

Leia também o Informe da 'nova' tendência nacional petista

Aos/Às companheiros/as do Diretório Nacional, Diretórios Estaduais, Diretórios Municipais, Diretórios Zonais, Núcleos, Secretarias e Coordenações Setoriais do PT.
Companheiros e companheiras,
No último dia 4 de dezembro de 2011 encerremos mais uma etapa do processo de construção da nova corrente nacional de esquerda do PT. A Esquerda Popular e Socialista do PT nasce com a contribuição de militantes de 18 estados de todas as regiões do país afirmando a centralidade da luta dos/as trabalhadores/as, a relação orgânica com os movimentos sociais e tendo como princípios fundantes o feminismo, o combate ao racismo, à homofobia e a todas formas de discriminação.  A EPS surge com o objetivo de fortalecer o PT como instrumento capaz de formular e dirigir as principais frentes da luta política no Brasil, defendendo o governo Dilma, o aprofundamento das mudanças iniciadas no governo Lula, as reformas estruturais e tendo o socialismo como objetivo estratégico.
Agradecemos nessa jornada o apoio da Escola Nacional Florestan Fernandes (Guararema/São Paulo) que nos acolheu nestes dias de trabalho, aos/as companheiros/as do MST, através de João Paulo Rodrigues, que nos presenteou com a bandeira do Movimento como símbolo da união das nossas lutas, aos/as companheiros/as da Consulta Popular, através de Ricardo Gebrim, que participou do ato de abertura e dos momentos de discussão sobre conjuntura e sobre os desafios dos movimentos sociais contribuindo com importantes formulações, a companheira Rosângela Piovizani e demais companheiras do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC/Via Campesina) pela mensagem de afirmação da “certeza de que nos encontraremos pelos caminhos da construção de um Projeto Popular para o Brasil”, aos/as companheiros/as da CUT, da UNE, UBES, CONAM, CONEM, CEN, do movimento de mulheres, movimento LGBT, do movimento pela democratização dos meios de comunicação, do movimento ambientalista, do movimento de cultura e das correntes internas do PT que acompanharam com atenção a construção da Esquerda Popular e Socialista, especialmente aos deputados federais Arlindo Chinaglia e Paulo Teixeira que fizeram calorosas intervenções na abertura do nosso Congresso, ao Carlos Henrique Árabe pela mensagem de apoio transmitida em nome da Democracia Socialista, a Misa Boito, de O Trabalho, a Cid Marcondes, do Movimento PT, a Camila Moreno, do MAIS, à Danilo Fiori, da Alvorada Vermelha, ao Luciano Garcia da Militância Socialista e demais  militantes que participaram do nosso ato de abertura na sede do PT Nacional em São Paulo.
Convidamos todos/as os/as companheiros ao livre diálogo e a participar desta luta para incidir nos rumos do PT como um Partido de massas, democrático, que seja capaz de converter sua força eleitoral em força social e essa em força partidária para disputar a hegemonia da sociedade brasileira tendo norte estratégico a construção do socialismo.
Saudações petistas,
 Coordenação Nacional da Esquerda Popular e Socialista
Renata Rossi DN PT - renatarossi2011@gmail.com (71) 9997-1345
Mauro Rubem DN PT – mauro.rubem@terra.com.br (62) 9631-6980          
Coordenação Nacional Paritária da Esquerda Popular e Socialista
Allan Alcantara, dir. nac. do CONAM e Secr. de Formação Política do PT-SC
Altemir Gregolim, ex-ministro da Pesca e Aquicultura e militante do PT de SC
Altemir Viana, militante do PT do Amazonas
Ana Rita Guedes, Presid. do Conselho Est. de Defesa dos Dir. das Mulheres (GO)
Angélica Fernandes, Coletivo Nac. de Mulheres e Conselho da Escola de Formação PT
Anísio Maia, deputado estadual (PB)
Cleberson Zavaski, integrante do CONAMA, CNRH, CONAPE e militante PT-DF
Cristiano Lima, coord. da Coord. Nac. de Entidades Negras (CONEN) e militante do PT-BA
Dirceu Lopes, Autoridade Portuária do Rio Grande do Sul e militante do PT-RS
Elida Miranda, Direção Estadual da CUT (AL) e direção estadual do PT-AL
Erika Gomes, Coletivo Estadual de Mulheres do PT-SP e Dir. Mun. de Guarulhos
Fabiana Caramez, jornalista e militante do PT de Sorocaba-SP
Fernanda Rodrigues, militante do movimento de mulheres e do PT-MS
Francisco de Assis Filho, dirigente sindical e do PT de Mossoró-RN
Guilherme Guimarães, Executiva da UNE e militante do PT-MG
Isabel Cristina, Presidenta do Cons. dos Dir. das Mulheres de Belo Horizonte
Israel Martins, Chefe de Gabinete da Sec. de Cult. CE e Executiva Est. do PT-CE
Ivan Alex Lima, coord. do mandato Dep. Fed. Valmir Assunção (BA) e Dir. Est. do PT/Bahia
Ivana da Conceição, Direção Nacional da Juventude do PT e militante do PT-SC
João Daniel, militante do MST e deputado estadual (SE)
Jose Fritsch, Presidente Estadual do PT de Santa Catarina
Julia Feitosa, militante do movimento ambientalista e Executiva Estadual do PT-AC
Julian Rodrigues, coord. do Setorial Nac. LGBT do PT e militante do PT-SP
Larissa Campos, militante da juventude e Diretório Estadual do PT-MG
Luciana Mandelli, militante do mov. de mulheres e Diret. Estadual do PT-Bahia
Luis Carlos, Movimento Minas sem Censura e militante do PT-MG
Marcelino Galo, militante da reforma agrária e deputado estadual (BA)
Marcos Resende, coordenador do Conselho de Entidades Negras (CEN)
Maria de Fátima, Presidenta do SINDSAUDE/GO
Mauro Rubem, deputado estadual (GO) e Diretório Nacional do PT
Mirande Costa, diretora nacional do SINPAF
Mirian Budal, militante do setorial de cultura e do PT-SC
Naiara Santos, militante da juventude negra e do PT-BA
Neila Batista, ex-vereadora Belo Horizonte, assessora Dep. Estadual Rogério Correia (MG)
Professor Pinheiro, Dep. Estadual e Sec. de Cultura do Gov. do Estado do Ceará
Renata Rossi, militante do movimento de mulheres e Diretório Nacional do PT
Rídina Mota, Secretária de Comunicação do PT de Maceió (AL)
Rogério Correia, Deputado Estadual (MG)
Shakespeare Martins, Executiva Nacional da CUT
Sheila Oliveira, dirigente municipal do PT de Recife (PE)
Simone Girão, antropóloga indigenista e militante do PT-MS
Solange Dias, assessora do mandato do deputado estadual João Daniel - PT/SE
Tania Slongo, coordenadora do Movimento de Mulheres Urbanas de SC
Tássio Brito, dirigente nacional da JPT e militante do PT-BA
Tiago Nogueira, vereador em Santo André e Secretário Nucleação PT-SP
Valdineia Santos Cruz, Secretária de Formação Política do PT de Santo André
Valmir Assunção, militante do MST e deputado federal (BA)

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